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Que imagens vêm à sua cabeça quando você ouve o termo “acessibilidade urbana”? Provavelmente, rampas e estacionamentos para pessoas com deficiência, não é mesmo? Esses dois itens são, com certeza, muito importantes, mas a acessibilidade de uma cidade vai muito além disso.
Qual é o conceito de acessibilidade urbana?
Acessibilidade urbana, de acordo com a Lei Nº 12.587, é a “facilidade disponibilizada às pessoas que possibilite a todos autonomia nos deslocamentos desejados, respeitando-se a legislação em vigor”.
Em outras palavras, quanto mais acessível é uma cidade, menos complicado é para um cidadão – independente de onde mora e do meio de transporte que utiliza – se deslocar e chegar ao trabalho, à escola, ao teatro ou hospital, por exemplo.
Para que isso aconteça, as redes de transporte do município precisam ser eficientes e conectadas. Além disso, as ruas devem ser seguras e adaptadas ao deslocamento de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Boas práticas de acessibilidade urbana
Para melhorar a mobilidade e a acessibilidade das cidades, a CWBUS recomenda a adoção das seguintes medidas:
Calçadas com rampas
Em áreas declinadas, as rampas facilitam o acesso de cadeirantes, pessoas com deficiência visual, idosos, gestantes, pessoas com carrinho de bebê e outros grupos de mobilidade reduzida. Por isso, elas são importantíssimas em estabelecimentos e vias públicas.
No caso de pessoas com deficiência visual, as rampas devem ser acompanhadas de piso tátil, como regulamenta o Decreto Nº 5.296.
Faixas exclusivas para ônibus
Os corredores exclusivos para ônibus aceleram o tempo da viagem e aumentam a segurança dos passageiros. Com um transporte coletivo de melhor qualidade, a acessibilidade de uma cidade é fortalecida, porque as pessoas conseguem se deslocar com mais facilidade.
Segundo o Diagnóstico do Transporte Coletivo de Curitiba, realizado pela CWBUS em parceria com a HotMilk, o transporte público é o segundo modal de transporte mais utilizado na capital paranaense (25%), perdendo apenas para o automóvel (45%).
Incentivo à mobilidade multimodal
A mobilidade multimodal melhora a logística urbana, diminui o congestionamento do trânsito e ainda favorece o uso de meios de transporte mais sustentáveis, como bicicletas e ônibus elétricos.
Para incentivar essa intermodalidade, a CWBUS sugere a implantação de ciclovias e estacionamentos próximo a terminais e a criação de ruas completas em regiões de grande tráfego, como é o caso da Rua Voluntários da Pátria, no centro de Curitiba.
Frota de ônibus com alta capilaridade
As linhas de ônibus também precisam ter alta capilaridade para chegar nos bairros mais afastados, que geralmente são os mais carentes, a fim de garantir a todos o direito de acessar a cidade.
Tarifas de valor reduzido
O transporte público deve ser acessível economicamente, por meio de tarifas de valor reduzido ou políticas públicas de subsídio para pessoas carentes, idosos e estudantes.
Veja outras soluções para o transporte público no Brasil aqui.
Semáforos com tempo maior para travessia de pedestres
Outra medida importante para a acessibilidade urbana é a programação de tempos maiores em semáforos. Segundo uma pesquisa da USP, 98% dos idosos de São Paulo não conseguem atravessar a rua na velocidade exigida pelos sinaleiros da cidade.
É necessário adaptar esses padrões de funcionamento para atender às necessidades de públicos com mobilidade reduzida.
Comunicação efetiva via aplicativo, site e outros canais
A acessibilidade também inclui comunicação eficiente sobre as formas de se chegar a algum local: rotas, meios de transporte, valor da passagem, linha e horário do ônibus, por exemplo.
Nesse sentido, o Poder Público, juntamente com as empresas operadoras de transporte coletivo, devem manter os cidadãos informados e estabelecer canais de atendimento.
A criação e a atualização de aplicativos e sites para esse fim são altamente recomendadas. A informatização desses serviços, inclusive, é característica das cidades inteligentes (smart city).
Quer se aprofundar no tema de acessibilidade urbana? Acesse o podcast para ouvir as ponderações do professor de arquitetura e urbanismo André Turbay, nosso convidado no 8º episódio da Estação CWBUS.