Na segunda metade do século XVI foi criado o primeiro veículo de transporte terrestre de cargas e pessoas com propulsão a vapor. Em seguida, vieram os veículos de propulsão elétrica e, posteriormente, a utilização de motores a combustão.
A evolução histórica dos veículos de propulsão elétrica pode ser colocada da seguinte maneira:
1827 – O húngaro Ányos Jedlik (1800-1895) construiu o primeiro motor elétrico constituído por estator, rotor e comutador, considerado como um motor viável. Em 1828, ele foi utilizado para gerar propulsão a um pequeno veículo.
1835 – Sibrandus Stratingh (1785 – 1841), emérito professor holandês da Universidade de Groningen, construiu um veículo elétrico em pequena escala.
1832 a 1839 – O oficial de inteligência e teólogo inglês Sir Robert Anderson inventou um carro de propulsão elétrica na Escócia que utilizava bateria eletroquímica recarregável. Este modelo de criação necessitava de constantes recargas de suas baterias, por ser um veículo pesado, e também tinha um alto custo de fabricação. Nesse mesmo período, os veículos experimentais já se moviam sobre trilhos.
1835 – Thomas Davenport (1802 – 1851) ferreiro e inventor americano construiu uma pequena locomotiva elétrica, movida por um primitivo motor elétrico.
1838 – Robert Davidson (1804 – 1894), inventor escocês, construiu uma locomotiva elétrica que alcançou a velocidade de 6 km/h.
1840 – Foi concedida, na Inglaterra, a primeira patente para o uso de trilhos como condutores de corrente elétrica.
1847 – Nos Estados Unidos foram concedidas patentes semelhantes às da Inglaterra para Lilley e Colten.
1856 – Gaston Planté (1834 – 1889), físico francês, inventou as pilhas eletroquímicas recarregáveis, que podiam fornecer um meio viável para realizar o armazenamento a bordo de veículos movidos à tração por eletricidade.
O início da primeira década de 1900 marca o aparecimento dos primeiros veículos elétricos produzidos em massa na América do Norte.
No ano de 1902, a Studebaker ingressa no ramo automotivo com a fabricação de veículos elétricos. No entanto, dois anos depois, em 1904, entra no mercado com veículos propulsados por motores de combustão interna à gasolina.
Os veículos elétricos têm seu declínio produtivo com o advento do sistema de produção em massa de Henry Ford, método de produção em grande escala para atender à demanda da época.
Os principais impactos negativos que causaram o declínio do veículo elétrica naquela década foram a baixa autonomia das baterias e a escassez de postos de recarga quando comparados às facilidades dos veículos de motores a combustão interna.
Ainda que os carros elétricos não tivessem alcançado popularidade, os trens elétricos tiveram notoriedade, tendo como características a sua economia e rápidas velocidades nos transportes de pessoas e cargas. A escassez de recursos fósseis naturais obrigou a Suíça a forçar a eletrificação de sua rede ferroviária.
Deve-se considerar que os trens eletrificados eram alimentados por um circuito composto por cabos elétricos e recebiam a energia elétrica por meio de duas hastes.
O cientista americano Thomas Edison (1847-1931) utilizou pela primeira vez uma bateria recarregável, composta de NiFe (níquel-ferro), para utilização em carros elétricos.
Os veículos elétricos figuraram entre os primeiros meios de transporte, antes mesmo do grande advento da iluminação elétrica e dos implacáveis motores de combustão interna.
Muitos registros de velocidade e percursos alcançados na terra foram registrados em favor dos veículos elétricos no início do século XX.
No ano de 1900, os carros elétricos nas ruas dos Estados Unidos representavam 28% do total. Os grandes fabricantes foram a Baker Electric, Columbia Electric e Detroit Electric.
Com uma malha rodoviária melhorada, havia a exigência de maior autonomia em relação a que o veículo elétrico oferecia. A grande descoberta de jazidas de petróleo proporcionavam disponibilidade de gasolina e combustíveis fósseis com preços acessíveis.
O custo de aquisição de um carro com tração à combustão era mais atrativo e possuía uma rede de abastecimento mais completa.
Com a criação do motor de arranque por Charles Kettering (1876-1958) e o desaparecimento da manivela na partida, o veículo de propulsão à combustão interna se tornou mais fácil de operar, quando comparado com o veículo elétrico. Ainda, o invento dos silenciadores de escapamento por Hiram Percy Maxim (1869 – 1936) permitiu que o ruído do motor se tornasse suportável.
Paulo Zageski, gestor técnico da CWBUS, especialista em veículos híbridos e elétricos.